Tenda Literária
Blog destinado para inquietações sobre Línguas e Literaturas de Língua Portuguesa, ensino e aprendizagem, educação e cultura. Professor Ivan Nascimento.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Crônica Decadente.
Era uma vez a história de um jovem que queria ser professor. Estudou em escolas públicas, que na maioria das vezes entregava os livros no dia do estudante (11 de agosto). Ele não entendia. Cresceu, teve que trabalhar cedo, a família precisava. Sonhava sempre em ser docente. Era decente. Trabalhava, pegava ônibus, não pagava meia. Cresceu, fez vestibular várias vezes, a ‘base’ era fraca. Entrou no ensino superior. Pública era a instituição. Dificuldades? Muitas – mas nada impedia a construção e realização do sonho. Formou-se, em quatro anos. Por sorte não houve greve. Merecia. Salário de professor universitário uma miséria. Currículos, empregos, concursos públicos – tudo sinônimo de muito estudo. Além de trabalho para poder custear tudo: plano de saúde, passagens, alimentação, combustível. Custa muito viver. Literalmente.
Concurso público. Aprovação. Resultado: efetivação. Plano de Carreiras. Graduação. Pós-graduação: 150,00 reais por mês. 24 parcelas. Especializar-se. Aulas melhores, alunos mais críticos, melhor formação profissional. Para uns é isso, outros pensam em uma ilusória ascensão salarial. Coitados. No máximo 10 ou 25%.
Especialista. Professor. Efetivo. Concurso público. Parece tudo perfeito. Foi um direito não é mesmo? E Homens honestos trabalham DIREITO. Essa palavra que não é justa. Mas o sonho é a docência.
A escola: precária, destruída, sem salas confortáveis, sem livros atuais, sem transporte escolar, sem amor, sem apoio da família, sem força, depende de prefeito, verba, secretaria. Culpados? Muitos. Punido: O professor.
A família: pais separados, pai ou mãe alcoólatra, filho que é arrimo, estorvo, peso. Entra menino, vai pra aula, pra vê se eu consigo ficar livre de tu uma manhã – dizem algumas mães... Deus – olhai pelas famílias.
O ofício de casa: tarefa, diário, nota, prova, correção, madrugadas, insônias obrigatórias. Trabalho eficiente, eficaz, por pouco tempo. Cansados. Professores estão cansados. Tristes. Doentes. Arquejando.
O sonho – lecionar.
O tempo de tudo isso: 04 anos na faculdade, 02 anos na pós graduação, talvez mestrado – não dá tempo... quem sabe... vale a pena? 06 anos dedicados... Ah! Esqueci a biblioteca comprada pois no poder público também não tem biblioteca atualizada... livros, compras, investir...
O retorno: Salário de quase 1.500,00 reais. Vale a pela? Não sabemos. Sonho não paga contas, nem dá custo de vida. Nem põe feijão no prato. Nem nos transporta para ir e vir. E essa é a realidade de muitos professores do nosso país. Que não querem nada – somente reconhecimento HUMANO pelo sonho e reconhecimento FINANCEIRO – legal legítimo. Não um faz de conta inferior a 2 salários mínimos.
Dá-se o que se tem.
Ivan do Nascimento Freire Lopes
Professor.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Poesia Matemática
Poesia Matemática
Millôr Fernandes
Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.
Texto extraído do livro "Tempo e Contratempo", Edições O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 1954, pág. sem número, publicado com o pseudônimo de Vão Gogo.
Tudo sobre Millôr Fernandes e sua obra em "Biografias".

sexta-feira, 8 de junho de 2012
Diário de Mestrado
08.06.2012
Depois de alguns dias juntando material, inicio a pesquisa das canções.
Contas pagas, Clarice na escola, Lucélia quase apresentando o artigo dela.
Começo com esperança de chegar ao diploma em alguns anos.
Letras Stricto senso, aí vou eu!
INFL.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
2011 - Novo Ano Acadêmico e Escolar.
Bem
Aos que escutam o programa Tenda Literária, novos quadros em 2011.
Aos que visitam o blog - HD VIRTUAL.
Aos alunos e acadêmicos: muito trabalho e muito estudo.
E pra você que lê agora! Feliz Ano 2011.
Abraços do blogueiro Ivan Nascimento.
Aos que escutam o programa Tenda Literária, novos quadros em 2011.
Aos que visitam o blog - HD VIRTUAL.
Aos alunos e acadêmicos: muito trabalho e muito estudo.
E pra você que lê agora! Feliz Ano 2011.
Abraços do blogueiro Ivan Nascimento.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
04 Anos - Um retrospecto de 4 anos e 6 meses
Era dia 08 de março de 2007. Nosso programa começava com os dias de segunda, quarta e sexta feira, sempre às 21h. Nosso tema era música brasileira e literatura. A ideia nascia do poema "O Poeta come amendoim". Nascia o Tenda da Literatura e, imediatamente - Tenda Literária.
Para mim a certeza de levar aos ouvintes a melhor música brasileira canônica e local. A certeza de apresentar os melhores poetas e textos - fomentando as letras caririenses. Era um desafio. è um desafio.
Mediante problemas de agenda e também de alergias devido mudança climática, nosso ano de aniversário tem sido conturbado. Mas nunca pensei em abandonar o navio, como se diz nos filmes de piratas.
04 anos: uma copa do mundo (intervalo), um mandato, 8 semestres, 1.460 dias é muito tempo!
Contabilizando os programas:
2007 e 2008: 144 + 144 = 288 edições (3 x por semana)
2009: 240 edições = de segunda a sexta
2010: 120 edições = de segunda a sexta
Sub total de edições: 648 programas
Será que valeu a pena? Alergias, ausências, telefonemas, produções, estresses, beleza, chuva, novas músicas, novos amigos, novas plásticas, cansaço e tantas outras coisas....
Valeu sim! Vale a pena! Não é mesmo, Fernando? :
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Muito agradecido por tudo!
Ivan Nascimento... com hiatos e reticências na vida da gente!
Abraços e
Carpe Diem!
Para mim a certeza de levar aos ouvintes a melhor música brasileira canônica e local. A certeza de apresentar os melhores poetas e textos - fomentando as letras caririenses. Era um desafio. è um desafio.
Mediante problemas de agenda e também de alergias devido mudança climática, nosso ano de aniversário tem sido conturbado. Mas nunca pensei em abandonar o navio, como se diz nos filmes de piratas.
04 anos: uma copa do mundo (intervalo), um mandato, 8 semestres, 1.460 dias é muito tempo!
Contabilizando os programas:
2007 e 2008: 144 + 144 = 288 edições (3 x por semana)
2009: 240 edições = de segunda a sexta
2010: 120 edições = de segunda a sexta
Sub total de edições: 648 programas
Será que valeu a pena? Alergias, ausências, telefonemas, produções, estresses, beleza, chuva, novas músicas, novos amigos, novas plásticas, cansaço e tantas outras coisas....
Valeu sim! Vale a pena! Não é mesmo, Fernando? :
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Muito agradecido por tudo!
Ivan Nascimento... com hiatos e reticências na vida da gente!
Abraços e
Carpe Diem!
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Textos para leitura e análise - Literatura Brasileira IV
Textos Base - Literatura IV - Prof. Ivan (UVA/Juazeiro) Abril/2010.
1) Poesia
a. Morte e Vida Severina - http://www.culturabrasil.pro.br/zip/mortevidaseverina.pdf
b. Uma faca só lâmina - http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/joao-cabral-de-melo-neto/uma-faca.php
c. Lêdo Ivo - www.fflch.usp.br/dlcv/vcamilo/geração45antologia.pdf
www.alleo.it/files/ledoivo.pdf
2) Prosa Rosiana:
a. O burrinho Pedrês. http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&ct=res&cd=6&ved=0CCIQFjAF&url=http%3A%2F%2Fwww.cyvjosealencar.seed.pr.gov.br%2Fredeescola%2Fescolas%2F26%2F700%2F16%2Farquivos%2FFile%2FLivros%2FGuimaraes%2520Rosa%2FO%2520Burrinho%2520Pedres.doc&ei=t9K9S_PTGouSuAeX8eXRBg&usg=AFQjCNG0rauI-3k-8fMBiqqwpdphsfdy1Q&sig2=b7atp3RP8AYHTVYCbG7o-g
b. A terceira margem do Rio. http://www.releituras.com/guimarosa_margem.asp
c. Sorôco, sua mãe, sua filha. http://comunateca.ning.com/profiles/blogs/soroco-sua-mae-sua-filha-gt
3) Clarice Lispector:
a. O Búfalo. In: Laços de Família. http://claricelispector.blogspot.com/2007/11/o-bfalo.html
b. Romance: A hora da estrela. (trechos). http://claricelispector.blogspot.com/search/label/A%20Hora%20da%20Estrela
c. Romance. A paixão segundo GH. (trechos). http://claricelispector.blogspot.com/search/label/apaixaosegundogh
Bibliografia:
ROSA, João Guimarães. Ficção Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1994.
NETO, João Cabral de Melo. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1991.
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.
LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.
LISPECTOR, Clarice. Laços de Família. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.
1) Poesia
a. Morte e Vida Severina - http://www.culturabrasil.pro.br/zip/mortevidaseverina.pdf
b. Uma faca só lâmina - http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/joao-cabral-de-melo-neto/uma-faca.php
c. Lêdo Ivo - www.fflch.usp.br/dlcv/vcamilo/geração45antologia.pdf
www.alleo.it/files/ledoivo.pdf
2) Prosa Rosiana:
a. O burrinho Pedrês. http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&ct=res&cd=6&ved=0CCIQFjAF&url=http%3A%2F%2Fwww.cyvjosealencar.seed.pr.gov.br%2Fredeescola%2Fescolas%2F26%2F700%2F16%2Farquivos%2FFile%2FLivros%2FGuimaraes%2520Rosa%2FO%2520Burrinho%2520Pedres.doc&ei=t9K9S_PTGouSuAeX8eXRBg&usg=AFQjCNG0rauI-3k-8fMBiqqwpdphsfdy1Q&sig2=b7atp3RP8AYHTVYCbG7o-g
b. A terceira margem do Rio. http://www.releituras.com/guimarosa_margem.asp
c. Sorôco, sua mãe, sua filha. http://comunateca.ning.com/profiles/blogs/soroco-sua-mae-sua-filha-gt
3) Clarice Lispector:
a. O Búfalo. In: Laços de Família. http://claricelispector.blogspot.com/2007/11/o-bfalo.html
b. Romance: A hora da estrela. (trechos). http://claricelispector.blogspot.com/search/label/A%20Hora%20da%20Estrela
c. Romance. A paixão segundo GH. (trechos). http://claricelispector.blogspot.com/search/label/apaixaosegundogh
Bibliografia:
ROSA, João Guimarães. Ficção Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1994.
NETO, João Cabral de Melo. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1991.
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.
LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.
LISPECTOR, Clarice. Laços de Família. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.
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